quarta-feira, 31 de julho de 2013

Educação dos filhos!



Hoje o post é sobre um dos livros mais comentados entre as rodas de mamães ultimamente!!!
O famoso "Crianças francesas não fazem manha", de Pamela Druckerman, da Fontanar".

Que mãe e que pai não fica maluquinho quando o filho começa aquela birra e manha sem fundamento, tanto em lugar público como dentro de casa.
E o que fazer? O que é o certo a se fazer?!
Dentre várias respostas, dicas e sugestões vindas de todos os lugares possíveis, ainda restam muitas dúvidas sobre como devemos educar nossos filhos.

Então, para que nos sirva de inspiração, segue um trecho do livro para leitura:


"Quando minha filha estava com um ano e meio de idade, meu marido e eu decidimos fazer uma pequena viagem de férias de verão com ela. Escolhemos uma cidade praiana que fica a poucas horas de trem de Paris, onde moramos (sou americana e ele é britânico), e reservamos um quarto de hotel com berço. Naquele momento, ela era nossa única filha, então nos perdoe por pensar: “O quanto pode ser difícil?”.

Tomamos café da manhã no hotel. Mas temos que almoçar e jantar nos restaurantes de frutos do mar perto do velho porto. Rapidamente descobrimos que duas refeições por dia em restaurantes com uma criança pequena merecem ser consideradas um círculo do inferno. Bean se interessa pela comida por pouco tempo: um pedaço de pão ou qualquer coisa frita. Mas em poucos minutos ela começa a sacudir saleiros e rasgar pacotinhos de açúcar. Logo ela exige ser libertada do cadeirão, para poder correr pelo restaurante e sair perigosamente em disparada em direção ao cais. 

Nossa estratégia é terminar a refeição rapidamente. Fazemos o pedido assim que nos sentamos e imploramos que o garçom traga logo um pouco de pão e toda a nossa comida, a entrada e o prato principal ao mesmo tempo. Enquanto meu marido come um pouco de peixe, cuido para que Bean não seja chutada por um garçom nem caia no mar. Em seguida, trocamos. Deixamos gorjetas gordas como um pedido de desculpas, para compensar o monte de guardanapos rasgados e de pedaços de lula espalhados ao redor da mesa.

Em nossa caminhada de volta ao hotel, juramos nunca mais viajar, tentar nos divertir e ter mais filhos. Essa viagem de “férias” sela o fato de que a vida como conhecíamos 18 meses antes está oficialmente terminada. Não sei bem qual é o motivo de estarmos surpresos.

Depois de mais algumas refeições em restaurantes, reparo que as famílias francesas ao nosso redor não parecem estar no inferno. Estranhamente, parecem estar de férias. As crianças francesas da mesma idade de Bean estão sentadas com alegria nos cadeirões, esperando a comida ou comendo peixe e até mesmo legumes e verduras. Não há gritos nem choros. Todo mundo come um prato da refeição de cada vez. E não há restos ao redor das mesas.

Embora eu já more na França há alguns anos, não consigo explicar isso. Em Paris, as crianças não costumam ser levadas a restaurantes. E, de qualquer modo, nunca prestei atenção nelas. Antes de eu ter filhos, nunca prestei atenção nos filhos de ninguém. E agora, praticamente só olho para a minha. Mas, em nossa infelicidade atual, não consigo deixar de perceber que parece haver outro jeito. Mas qual é, exatamente? Será que as crianças francesas são geneticamente mais calmas do que as nossas? Será que foram subornadas (ou ameaçadas) para serem submissas? Será que são produto de uma filosofia de criação antiga sobre a qual ninguém fala?

Não parece ser isso. As crianças francesas ao nosso redor não parecem intimidadas. São alegres, falantes e curiosas. Os pais são carinhosos e atenciosos. Apenas parece haver uma força invisível e civilizadora na mesa deles (e, estou começando a desconfiar, na vida deles) que não existe na nossa. Quando começo a pensar no jeito francês de educar os filhos, percebo que não é só a hora das refeições que é diferente. De repente, tenho muitas perguntas. Por que, por exemplo, nas centenas de horas que passei em parquinhos franceses, nunca vi uma criança (exceto a minha) ter uma crise de birra? Por que meus amigos franceses não precisam largar correndo o telefone porque os filhos exigem alguma coisa? Por que a sala de estar da casa deles não foi ocupada por cabanas e cozinhas de brinquedo, como a nossa?

E tem mais. Por que tantas crianças americanas que conheço fazem dieta exclusiva de massa ou arroz branco, ou comem só uma pequena variedadede comida “de criança”, enquanto os amigos franceses da minha filha comem peixe, legumes, verduras e praticamente tudo? E como é que, excetoem um horário certo de lanche durante a tarde, as crianças francesas não beliscam?

Jamais pensei que deveria admirar o jeito de os franceses educarem os filhos. Não é uma coisa, como a moda francesa ou os queijos franceses. Ninguém vai a Paris para absorver a opinião local sobre autoridade dos pais ou gerenciamento de culpa. O que acontece é o contrário: as mães americanas que conheço em Paris ficam horrorizadas pelas mães francesas quase não amamentarem e deixarem os filhos de 4 anos saírem de chupeta.

Então como elas nunca comentam que tantos bebês franceses começam a dormir a noite toda com dois ou três meses? E por que não mencionam que as crianças francesas não precisam da atenção constante dos adultos e que parecem capazes de ouvir a palavra “não” sem ter um ataque?

Ninguém está falando disso. Mas fica cada vez mais claro para mim que, silenciosamente e em massa, os pais franceses estão alcançando resultados que criam uma atmosfera completamente diferente para a vida familiar. Quando as famílias americanas visitam nossa casa, os pais normalmente passam grande parte do tempo apartando brigas dos filhos, ajudando os menores a correr ao redor da ilha da cozinha ou sentados no chão para construir cidades de Lego. Sempre há algumas rodadas de choro e consolo. Mas, quando os franceses nos visitam, nós, adultos, tomamos café e as crianças brincam juntas com alegria.

Os pais franceses são muito preocupados com os filhos. Eles sabem sobre pedófilos, alergias e perigos de engasgo. Tomam precauções lógicas. Mas não vivem em pânico pelo bem-estar dos filhos. Essa aparência mais calma os torna melhores tanto em estabelecer limites quanto em dar autonomia
a eles. 

Não sou a primeira a observar que a classe média dos Estados Unidos tem um problema com a criação de filhos. Em centenas de livros e artigos, esse problema foi arduamente diagnosticado, criticado e nomeado: a superproteção leva os nomes de overparentinghyperparentinghelicopterparenting e, meu favorito,kindergarchy.* 

* Os termos não têm tradução correspondente em português, mas todos remetem à superproteção dos cuidados paternais e maternais (parenting)  utilizando-se dos prefixos over (muito, em excesso), hyper (hiper) e helicopter (helicóptero). Kindergarchy é um jogo de palavras que significa a dominação pelas crianças. (N. da E.)

Um autor define o problema como “simplesmente prestar mais atenção à educação das crianças do que pode ser bom para eles”. Outra, Judith Warner, chama de “cultura da maternidade total”. (Na verdade, ela percebeu que isso era um problema depois de voltar da França.) Ninguém parece gostar do ritmo cruel e infeliz da criação americana, muito menos os próprios pais.

Livro: "Crianças Francesas não fazem manha"

Então por que fazemos assim? Por que esse jeito americano de educar filhos parece estar tão incutido na nossa geração, mesmo que, como eu, outros pais tenham saído do país? Primeiro, começando nos anos 1980, houve uma enorme quantidade de dados e retórica pública dizendo que as crianças pobres ficam para trás na escola porque não recebem estímulos o suficiente, principalmente nos primeiros anos. Os pais da classe média interpretaram isso como dizendo que seus filhos se beneficiariam de mais estímulo também. 

Por volta da mesma época, a lacuna entre americanos ricos e pobres começou a aumentar muito. De repente, parecia que os pais precisavam preparar os filhos para se juntarem a essa nova elite. Expor os filhos às coisas certas desde cedo (e talvez antes das outras crianças da mesma idade) começou a parecer mais urgente. 

Junto com essa mentalidade competitiva havia uma crença em desenvolvimento de que as crianças são psicologicamente frágeis. Os jovens pais de hoje são parte da geração que mais fez psicanálise e que absorveu a ideia de que cada escolha que fazemos pode prejudicar nossos filhos. Nós também chegamos à maioridade durante o boom dos divórcios nos anos 1980, e estamos determinados a agir com menos egoísmo do que acreditamos que nossos pais fizeram. 

E embora o índice de crimes violentos nos Estados Unidos tenha despencado desde o auge, no começo dos anos 1990, as notícias criam a impressão de que as crianças estão correndo mais risco físico do que nunca. Sentimos que somos pais em um mundo muito perigoso, que devemos ficar sempre alertas. 

O resultado de tudo isso é um estilo de educação de filhos estressante e exaustivo. Mas agora, na França, vislumbrei um outro modo. Uma mistura de curiosidade jornalística e desespero maternal toma conta de mim. No final de nossa viagem arruinada à praia, decido descobrir o que os pais franceses estão fazendo de diferente. Vai ser um trabalho de mãe investigadora. Por que as crianças francesas não fazem manha? E por que os pais não gritam? Que força invisível e civilizadora é essa que os franceses dominaram? Será que posso mudar o modo como estou programada e aplicar isso à minha prole? 

Percebo que minha ideia faz sentido quando descubro uma pesquisa organizada por um economista em Princeton, no qual mães de Columbus, Ohio, disseram que cuidar de filhos era uma tarefa desagradável em um índice maior do que o dobro em comparação à opinião de mães da cidade de Rennes, na França. Isso corrobora minhas próprias observações em Paris e em viagens de visita aos Estados Unidos: tem alguma coisa no jeito que os franceses educam os filhos que torna a tarefa menos massacrante e mais prazerosa. 

Estou convencida de que os segredos da criação francesa estão escondidos ao alcance dos olhos. Só que ninguém os procurou antes. Começo a levar um caderno na bolsa de fraldas da minha filha. Cada ida ao médico, jantar, encontro para as crianças brincarem e teatro de marionetes se torna uma chance para eu observar os pais franceses em ação e descobrir as regras tácitas que eles seguem. 

A princípio, é difícil perceber. Os pais franceses parecem variar entre serem extremamente rigorosos e chocantemente permissivos. Fazer perguntas a eles também não ajuda muito. A maior parte dos pais com quem falo insiste que não está fazendo nada de especial. Ao contrário, estão convencidos de que a França sofre de uma síndrome de “filho rei”, que fez com que os pais perdessem a autoridade. (A isso, eu respondo: “Você não sabe nada sobre ‘filhos reis’. Por favor, viaje para Nova York.”)

Por vários anos, e passando pelo nascimento de mais dois filhos em Paris, continuo a descobrir mais pistas. Descubro, por exemplo, que existe uma “dr. Spock”* da França, que é muito famosa em todo o país, mas não tem um único livro publicado em inglês. Leio os livros dessa mulher e muitos
outros. Entrevisto dezenas de pais e especialistas. E escuto as conversas dos outros sem vergonha nenhuma na saída da escola e em idas ao supermercado. Por fim, acho que descobri o que os pais franceses fazem de diferente.

* O dr. Benjamin Spock, pediatra norte-americano, escreveu o livro mais famoso globalmente sobre a criação de bebês e crianças. Sua obra foi lançada na década de 1940 e vendeu milhões de exemplares em todo o mundo. As ideias do dr. Spock sobre educação de filhos tiveram grande influência entre pais e mães nas décadas seguintes. (N. da E.)

Quando digo “pais franceses”, estou generalizando, é claro. Todo mundo é diferente. A maior parte dos pais que conheci mora em Paris e nas redondezas. A maior parte deles é formada na faculdade, tem emprego e ganha acima da média francesa. Não são extremamente ricos e nem elites da mídia. São a classe média e média-alta com estudo. Assim como os pais americanos a quem os comparo.

Mesmo assim, quando viajo pela França, vejo que as ideias básicas do parisiense de classe média sobre como criar filhos pareceriam familiares para uma mãe da classe trabalhadora das províncias francesas. Na verdade, fico impressionada com o fato de que, ao mesmo tempo que os pais franceses talvez não saibam o que fazem, todos parecem estar fazendo mais ou menos a mesma coisa. Advogados abastados, cuidadores nas creches francesas, professores de escola pública e senhoras idosas que me repreendem no parque, todos emanam o mesmo princípio básico. O mesmo acontece com praticamente todos os livros franceses sobre bebês e revistas dirigidas a pais que leio. Rapidamente fica claro que ter um filho na França não exige a escolha de uma filosofia de criação e educação. Todo mundo mais ou menos usa as regras básicas sem perceber. Esse fato por si só torna a atmosfera menos ansiosa. 

Por que a França? Eu certamente não sofro de influência a favor da França. Au contraire, nem tenho certeza se gosto de morar aqui. Tenho certeza de que não quero que meus filhos cresçam e sejam parisienses arrogantes. Mas, com todos os seus problemas, a França é o contraste perfeito para os problemas atuais no estilo americano de educar os filhos. Por outro lado, os pais da classe média francesa têm valores que me parecem bastante familiares. Os pais parisienses são zelosos quanto a conversar com os filhos, mostram a natureza a eles e leem muitos livros. Eles os levam para aulas de tênis, de pintura, e museus interativos de ciências. 

Mas os franceses conseguiram ser envolvidos sem ser obcecados. Eles acham que mesmo os bons pais não estão a serviço constante dos filhos e que não há necessidade de sentir culpa por isso. “Para mim, as noites são dos pais”, me diz uma mãe parisiense. “Minha filha pode ficar conosco se quiser, mas é um momento adulto.” Os pais franceses querem que os filhos sejam estimulados, mas não o tempo todo. Enquanto algumas crianças pequenas americanas estão tendo aulas de mandarim e pré-treinamento para a alfabetização, as crianças francesas estão (propositalmente) agindo como crianças pequenas. 

E os franceses andam tendo muitos filhos. Enquanto os vizinhos de continente sofrem de declínio populacional, a França está tendo uma explosão de nascimentos. Na União Europeia, só os irlandeses têm taxa de natalidade maior. 

Os franceses têm todo tipo de serviço público que ajuda a tornar a ideia de ter filhos mais atraente e menos estressante. Os pais não precisam pagar pela pré-escola, nem se preocupar com planos de saúde e nem guardar dinheiro para a faculdade. Muitos recebem ajuda financeira mensal, transferida diretamente para suas contas bancárias, só por terem filhos. 

Mas esses serviços públicos não explicam as diferenças que vejo. Os franceses parecem ter um parâmetro completamente diferente para educar os filhos. Quando pergunto a pais franceses como castigam os filhos, eles precisam de um tempo apenas para entender o que quero dizer. “Ah, você quer perguntar como os educamos?”, perguntam eles. “Castigar”, eu logo percebo, é uma categoria limitada e pouco usada que lida com punições. Por outro lado, “educar” (que não tem nada a ver com escola) é uma coisa que eles imaginam estar fazendo o tempo todo. 

Há anos, as manchetes vêm declarando a morte do estilo atual de cuidar de filhos. Há dezenas de livros oferecendo teorias americanas que vão ajudar a criar os filhos de maneira diferente. Eu não tenho nenhuma teoria. O que tenho, espalhada à minha frente, é uma sociedade perfeitamente funcional com crianças que dormem bem e comem como gourmets e com pais razoavelmente tranquilos. Vou começar com este resultado e trabalhar no sentido contrário para descobrir como os franceses chegaram nele. Acontece que, para ser um tipo diferente de mãe ou pai, você não apenas precisa de uma nova filosofia de criação de filhos. Você precisa de uma visão bem diferente do que uma criança realmente é."



E então mamães e papais, o que acharam?!

Esta é uma boa dica de leitura que hoje separamos para vocês!
Dica bacana enviada por nossa colunista: Carolina Portella

Esperamos que tenham gostado!

Beijos, 
Equipe Lullaby Baby & Kids



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